domingo, 15 de abril de 2012

jogos cruzados…


Caminho por um desvio impossível demasiado léxico
Não oiço mas vejo escrito gritos de ficar céptico
Sinto bússolas trocadas apetrechadas e sem norte
Orientadas e integradas inimigas da sorte
Caminho neste sítio e guio-me até no escuro
Sei o caminho de cor e desembaraço-me dele enquanto durmo
Sonho com maravilhas gloriosas na minha vida
Espalho rosas majestosas em tudo o que chamo querida
Mentira, sou ténue no passado ferrava
Entardecia na porta mas iludido não entrava
Números são números louco só enumero
Conta os dias por mim se quis é o que quero
Forca pesada pesadelo próspero
É o que te desejava em aspas desejo, passado morto?
Então só vejo paredes a rirem-se de mim
Focam-se no rir e riem dizem mandadas por ti
Engraçada história era eu morrer
Joga com a sorte e azarada vês-me a desaparecer
É um “a” “b” “c” irritante de tanta lógica
Perseguidor amante à espera de uma próxima
Passado também contigo me afoguei
Atirei-te mais além mas vieste comigo onde errei?
Ofuscado não estou mas onde fomos nós?
Preguei-te a mim e agora estamos a sós?
Vem jogar com a minha pessoa agora
Amarro-me a ti e vamos os dois embora
Embora, Embora, vamos ali envelhecer
Amarrados os dois, perdidos no verbo perder


  • escrito por ricardo filipe sousa






Dedicatória: Dedico este poema à Carolina Reis pela atenção que me deu e dá e pela maneira como liga a poesia a mim, o poema não fala dela mas uma dedicatória é uma dedicatória, é dedicar o nosso esforço a alguém.


Notas: Odeio jogos. É do que o poema fala, o passado, presente e as pessoas que gostam de ser aliciadas pela sorte e rodeios desnorteados.


domingo, 8 de abril de 2012

vida, também sofro por ti, sim…


Encerras-me longe mas tão perto assim
Tudo o que queimei e errei não foi por ti
Incógnito sinto o sabor da chuva
Rói-me por dentro e no futuro vejo-a só tua
Ninguém te controla nem com palavras á luz das velas
De madrugada ainda reina o branco nas minhas telas
Fechado num Universo tão complexo
Bombardeado por réguas sem saber quanto meço
Vida no diminutivo nem assim és querida
Ofereço-te o corpo e não vejo uma saída
Se tinha um problema contigo tenho dois
Preocupava-me o antes agora tenho o depois
Tenho folhas guardadas pra ti o que é que pensas?
Dou-te tudo amanhã volta e não me esqueças
Vincula a minha personalidade e não desistas
Cobre-me com a verdade e não preciso de altruístas
Fiz tudo por ti sempre foste o meu abrigo
Desejei que fosses sem ti tudo tinha tido
Ainda assim vou engolir o orgulho e esperar muito mais
Desejar que não chegue o dia em que sozinha te vais.
A cortina fechasse não importa quero-te pra semana
Agora tenho os olhos abertos e nada me engana
Queres me iludir mas amo-te daqui ao futuro
Quero-te porque sim sem ti não sei quanto duro
Volta para mim e abraça-me para sempre
Guia-me por onde quiseres leva-me apenas para a frente
Ontem afoguei-me mas hoje estou tão bem
Ressuscitei numa chance e a culpa é de ninguém.




  • escrito por ricardo filipe sousa




Dedicatória: Dedico à Catarina Santos, como em anteriores poemas dedico este a uma pessoa muito amiga minha, apesar de o poema na sua intimidade não ser para ela.


Notas: Este poema fala sobre a minha vida, não no sentido literal, fala sobre a minha vida como sistema, família, educação, moral, amigos, amores, passado, futuro e presente. É uma revolta, fala de quando ás vezes me apetece desaparecer do sistema, quando penso que se não tivesse enfiado neste sistema podia ser melhor ou pior, tudo ou nada. Fala principalmente da minha indecisão, como podem reparar, ou estou apaixonado pela vida no poema, ou chatiado e desconfiado, que é exactamente assim que me sinto fora destas linhas. Peço desculpa pela dificuldade que provavelmente tiveram a ler alguns versos, mas eu não escrevo só com o objectivo de partilha, partilho-o para me sentir bem comigo próprio também. Como é óbvio o poema tem muitos duplos significados.








terça-feira, 3 de abril de 2012

uma reza aos céus...


Não acredito que haja novos eus para alguém
Se estou aqui, digo assim, tudo por mim, nada por ninguém
Se no teu peito ele te arrefece e bate ingrato
É culpa tua porque ele se esquece que um dia foi amado
Em tempos falei em mentira, o espelho é que é mentiroso
Conta a mesma história todos os dias orgulhoso
Se não foges, mentiroso, és tu também
Que procura felicidade além quando está mais além.
Então reza aos céus, vá, isso vai-te ajudar
Deve-te ajudar, a cozer infinitos apoios para te entrelaçar
Em esperanças fechadas em balanças que um dia morrerão sem ar
Eu já fiquei sem ar…
Caixas abrem caixas dentro de um desejo contido
Com medo que o hoje seja amanhã esquecido…
Assim afoguei-me em letras sem saber se o bem ou mal queriam
Gritar gritava que podia mas só elas podiam
Não encontrei o que escrevi, uma profundidade imaculada
Foi antes uma verdade que tinha muito e pouco ou quase nada.
Tão subjectiva como as linhas que escrevo
Cria uma nostalgia indiferente de que não tenho medo.
Estou farto de ti karma
Se sinto karma não quero karma
Se olho para ti karma ele não me larga
Para mim não há karma há eu e vocês
Vocês karma e eu, sem karma ou porquês.



  • escrito por ricardo filipe sousa




Dedicatória: A todos os que lêm a minha poesia, quer gostem ou não.


Nota: "Depois de recuperar o meu caminho de volta, apercebi-me que os problemas nunca deixam de existir e dentro de uma caixa á sempre outra á  espera de ser aberta, cheia de novas surpresas felizes e infelizes, ontem abri uma caixa e gostei da outra que ela continha."