domingo, 8 de abril de 2012

vida, também sofro por ti, sim…


Encerras-me longe mas tão perto assim
Tudo o que queimei e errei não foi por ti
Incógnito sinto o sabor da chuva
Rói-me por dentro e no futuro vejo-a só tua
Ninguém te controla nem com palavras á luz das velas
De madrugada ainda reina o branco nas minhas telas
Fechado num Universo tão complexo
Bombardeado por réguas sem saber quanto meço
Vida no diminutivo nem assim és querida
Ofereço-te o corpo e não vejo uma saída
Se tinha um problema contigo tenho dois
Preocupava-me o antes agora tenho o depois
Tenho folhas guardadas pra ti o que é que pensas?
Dou-te tudo amanhã volta e não me esqueças
Vincula a minha personalidade e não desistas
Cobre-me com a verdade e não preciso de altruístas
Fiz tudo por ti sempre foste o meu abrigo
Desejei que fosses sem ti tudo tinha tido
Ainda assim vou engolir o orgulho e esperar muito mais
Desejar que não chegue o dia em que sozinha te vais.
A cortina fechasse não importa quero-te pra semana
Agora tenho os olhos abertos e nada me engana
Queres me iludir mas amo-te daqui ao futuro
Quero-te porque sim sem ti não sei quanto duro
Volta para mim e abraça-me para sempre
Guia-me por onde quiseres leva-me apenas para a frente
Ontem afoguei-me mas hoje estou tão bem
Ressuscitei numa chance e a culpa é de ninguém.




  • escrito por ricardo filipe sousa




Dedicatória: Dedico à Catarina Santos, como em anteriores poemas dedico este a uma pessoa muito amiga minha, apesar de o poema na sua intimidade não ser para ela.


Notas: Este poema fala sobre a minha vida, não no sentido literal, fala sobre a minha vida como sistema, família, educação, moral, amigos, amores, passado, futuro e presente. É uma revolta, fala de quando ás vezes me apetece desaparecer do sistema, quando penso que se não tivesse enfiado neste sistema podia ser melhor ou pior, tudo ou nada. Fala principalmente da minha indecisão, como podem reparar, ou estou apaixonado pela vida no poema, ou chatiado e desconfiado, que é exactamente assim que me sinto fora destas linhas. Peço desculpa pela dificuldade que provavelmente tiveram a ler alguns versos, mas eu não escrevo só com o objectivo de partilha, partilho-o para me sentir bem comigo próprio também. Como é óbvio o poema tem muitos duplos significados.








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